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Foto do escritorPrincipia Júnior

A química dos Analgésicos

Chegar em casa após um dia cansativo e ter que lidar com terríveis dores de cabeça definitivamente não é uma sensação agradável, e normalmente, é nesse cenário em que nossos super-heróis do dia-a-dia entram: os analgésicos.


Extremamente presentes no cotidiano, os analgésicos prometem combater nossas dores, mas é necessário ter cautela, uma vez que se tomá-los de forma incorreta, podem ter o efeito contrário. Ficou curioso para saber como esses medicamentos funcionam? Neste texto vamos te ajudar a entender melhor!



O que são?

Explicando brevemente, os analgésicos são medicamentos utilizados no alívio sintomático dos mais variados tipos de dor, desde simples dores de cabeça a dores mais complicadas, como pós-operatórias.


Principais tipos e seus mecanismos de ação

Apesar da grande variedade de analgésicos existente no mercado, em sumo, eles são divididos em três grandes grupos: Analgésicos comuns, Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e Opioides.


Analgésicos Comuns

No geral, os analgésicos comuns atuam no cérebro, bloqueando as vias de transmissão nervosa e reduzindo nossa percepção da dor; além disso, também possuem propriedades antitérmicas, regulando nossa temperatura corporal.


Estes, por serem medicamentos isentos de prescrição (MIP), são comumente utilizados nas populares "dores cotidianas", dores agudas e momentâneas, como cólicas menstruais, tensões musculares e dores de cabeça.


Alguns exemplos de analgésicos comuns são a dipirona e o paracetamol.






Fórmula estrutural - Dipirona Sódica Fórmula estrutural - Paracetamol


Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)


Já os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) atuam inibindo seletivamente as COX (enzimas ciclooxigenase 1 e 2), responsáveis pela produção de prostaglandina (PG), mediadores inflamatórios de origem lipídica sintetizados a partir do ácido araquidônico.


Ao inibir a enzima que produz este precursor, os AINEs são capazes de interromper o processo inflamatório e ao mesmo tempo reduzir os sintomas característicos da inflamação, já que evitam a sensibilização dos receptores periféricos da dor.


Alguns exemplos de AINEs são o ácido acetilsalicílico (leia mais aqui), o ibuprofeno, o naproxeno e a nimesulida.





Fórmula estrutural - Ibuprofeno Fórmula estrutural - Naproxeno Fórmula estrutural - Nimesulida



Opioides

Os analgésicos opioides são depressores do sistema nervoso central, assim sendo, o seu uso gera a diminuição da excitabilidade neuronal, resultando na redução da neurotransmissão de impulsos nociceptivos (impulsos que decodificam sensações mecânicas, térmicas e químicas em nosso cérebro) e gerando analgesia. Ou seja, mudam nossa reação a dor e aumentam nossa tolerância a ela.


Por serem medicamentos muito fortes, os analgésicos opioides são utilizados em último caso, quando não há sucesso no tratamento com outros tipos de analgésico ou quando é necessário um tratamento contínuo. São medicamentos utilizados para dores crônicas severas, dores decorrentes de traumatismos ou pós-operatórias, e são frequentemente utilizados em pacientes com câncer.


Entre os opioides mais conhecidos, estão o tramadol (tramal), a morfina, o fentanil e a oxicodona.


Os opioides também, são amplamente conhecidos pelo seu alto potencial de indução a dependência química, sendo protagonista de eventos históricos como a Guerra do Ópio.


Fórmula estrutural - Tramadol Fórmula estrutural - Oxicodona Fórmula estrutural - Morfina


Atenção!

Apesar de grande parte dos analgésicos serem medicamentos MIP, é recomendado que se consulte um profissional da saúde para que a posologia seja correta. As consequências do uso indevido de analgésicos podem variar de um simples mal estar à hemorragias, gastrites, erosões gástricas e insuficiências renais decorrentes da inibição das prostaglandinas.


Referências

Tipos de Analgésicos - Mecanismos de Ação e Indicações. Por Dr. Victor Barboza.

Analgésicos e Antipiréticos. Por Lenita Wannmacher. MedicinaNET.

Manual dos opióides: Seus receptores, ações, efeitos e principais drogas. Por Cássia Bassetto Lorenzoni. Sanar.

Prostaglandinas: Metabolismo, funções e terapêutica. Por Isabel Cristina Mello da Silva.

O que são eicosanóides? Por Camila Garcia Marques. Nutritotal.

Dor e nocicepção. Land.



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